quinta-feira, 19 de junho de 2014

Efeitos do Fogo

Os incêndios florestais podem causar diversos tipos de danos às florestas, dependendo das condições existentes, principalmente tipo de floresta, combustível e clima:
Vou citar alguns danos aqui:


Danos às árvores – São os danos mais visíveis e que mais chamam a atenção após a ocorrência de um incêndio. Variam bastante, dependendo da intensidade e tempo de duração do fogo, da espécie florestal e da idade da árvore. Árvores jovens são muito mais sensíveis ao fogo que as adultas, da mesma maneira que as folhosas resistem menos ao fogo que as coníferas. A morte das árvores geralmente é provocada pelo aquecimento do câmbio acima da temperatura letal e por este motivo árvores mais velhas, por possuírem casca mais espessa, dando maior proteção ao câmbio são mais resistentes. Da mesma forma as coníferas, que geralmente possuem casca mais espessa, são mais resistentes do que as folhosas. A destruição total das árvores pelo fogo não é muito frequente, a não ser em incêndios de extrema intensidade. Geralmente as árvores de médio e grande porte ainda podem ser parcial ou totalmente aproveitadas após um incêndio.





Danos ao caráter protetor da floresta – a floresta se constitui num importante agente protetor do ambiente, exercendo influência contra deslizamentos, avalanches, inundações, erosão e invasão de dunas. É notória também a ação da floresta como reguladora do regime hidrológico. O solo florestal, protegido pelas copas das árvores contra o impacto direto da chuva, coberto de húmus e serapilheira, funciona como uma esponja natural, porosa, absorvendo e facilitando a infiltração da água da chuva. O fogo intenso, principalmente quando destrói a copa das árvores e expõe o solo mineral através da queima da serapilheira e do húmus, modifica toda a situação, expondo a área a vários distúrbios ambientais.






Danos à fauna – Os incêndios florestais podem causar danos diretos ou indiretos aos animais que vivem na floresta. Diretos, através da morte dos animais que não conseguem escapar do fogo. Indiretos, Pelas modificações provocadas ao habitat dos animais principalmente ao que se refere à alimentação e abrigo. A intensidade e o tipo de danos dependem das características e épocas dos incêndios. Apesar dos animais terem grande capacidade de pressentirem o fogo e fugirem, grandes incêndios podem encurralá-los e causar mortalidade. O incêndio da quarta feira de cinzas de 1983 na Austrália, por exemplo, matou cerca de 300.000 ovelhas. Incêndios na primavera são particularmente daninhos devido a destruição de ninhos e animais jovens, ainda sem grande capacidade de fuga.



Incêndio em uma floresta mata animais e acaba com sua vegetação


Danos ao aspecto recreativo da floresta – Em muitos países do mundo, inclusive o Brasil, as florestas são utilizadas como local de recreação, onde populações urbanas vão passar fins de semana, fugindo da vida agitada das cidades. As florestas usadas para esta finalidade, geralmente parques nacionais, estaduais ou municipais, apresentam sempre um agradável aspecto paisagístico. Um incêndio florestal fatalmente alteraria esse aspecto agradável, tornando florestas, pelo menos temporariamente, imprópria às atividades recreativas.
Um exemplo: Parque Nacional de Yosemite, Califórnia (EUA).


As chamas que atingiram a parte noroeste do Parque Nacional Yosemite, na Califórnia, ficaram conhecidas como "Rim Fire". O fogo está a seis quilômetros do reservatório Hetch Hetchy, de onde a cidade de São Francisco recebe 85% da água e energia usada por seus habitantes. O fogo ameaça o abastecimento de água da cidade e de localidades próximas. Na foto, um carro foi destruídos próximo a acampamento no parque (© AP)




Danos a propriedades – Além dos danos à vegetação, os incêndios podem danificar outras propriedades tais como casas, outras construções, veículos e equipamentos diversos. Vários exemplos testemunham a força destruidora dos incêndios florestais. O incêndio de Maine, E.U.A., em 1947, destruiu 800 residências. Em 1963, no Paraná, o fogo destruiu cerca de 8.000 imóveis, entre casas, galpões e silos, deixando aproximadamente 5.700 famílias de trabalhadores rurais desabrigados. Esse mesmo incêndio queimou tratores, equipamentos e diversos veículos. Na Austrália em 1983, cerca de 5.000 casas foram destruídas por um único incêndio florestal. Em Oakland, Califórnia, E.U.A., um incêndio em 1971 destruiu cerca de 5.700 casas e centenas de veículos.

Yellow Rock_Austrália

Carlsbad_Califórnia

Danos à vida humana – incêndios de grande intensidade além de destruírem florestas e outros bens materiais algumas vezes provocam ferimentos e até mesmo mortes de pessoas envolvidas ou não no combate. Na Austrália, por exemplo, em 1932 um incêndio florestal matou 71 pessoas, tragédia que se repetiu em 1983, quando 75 pessoas foram mortas por um incêndio que atingiu cerca de 400.000 ha. No Canadá, entre 1969 e 1978 os incêndios florestais mataram 13 pessoas. Os incêndios de Oakland, em 1991, e do Colorado, em 1994, ambos nos Estados Unidos, mataram 25 e 14 pessoas, respectivamente. No Brasil, o incêndio do Paraná, em 1963, provocou 110 mortes, o incêndio do Parque do Rio Doce, em Minas Gerais, em 1967 matou 12 pessoas, e em 1988, incêndios em quatro estados (Minas Gerais, São Paulo, Paraná e mato Grosso do Sul) mataram 8 pessoas. Mas a maior catástrofe provocada por um incêndio florestal foi em Wisconsin, E.U.A., em 1871, quando 1.500 pessoas foram mortas pelo fogo.

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